//: SOBRE O PROJETO
A primeira aparição da boneca BU! aconteceu em 2018, na 9ª edição do
Tempo_Festival. A performance fazia parte da programação do Studio Cabaret
Voltaire, financiado pelo Conselho de Artes Suíça Pro Helvetia..
Na ocasião, Vanessa Garcia – atriz e criadora do projeto – ocupava o elevador e o foyer do Oi Futuro (RJ) mostrando a BU! para o grande público: uma boneca de
olhos expressivos, inspirados nos mangás, de unhas pintadas, salto alto, glamour E cabelos longos platinados. Uma apresentação com dança e teatro que trazia consigo perguntas urgentes: que mitos definem o que é um corpo feminino? Quantos produtos estéticos precisam ser comprados e consumidos para se obter esse corpo/imagem aceito pela sociedade? BU! se propunha a investigar os arquétipos femininos dessa “mulher boneca” que ao longo dos tempos vem norteando o ideal do que é ser perfeita e sexualmente desejável para o olhar e o consumo masculino. Um padrão de beleza aprisionador e inalcançável que reduz as possibilidades de existência da diversidade feminina.
Em 2022, BU! incorpora novos gêneros artísticos e transforma-se na peça-instalação interativa que mistura teatro, performance, dança, artes visuais, música e tecnologia, proporcionando uma experiência multimídia e sensorial. BU! agora é uma boneca de inteligência artificial que – além de questionar com humor e ironia o padrão de beleza opressor – aborda com sensibilidade outros temas também necessários como abuso sexual, prazer, objetificação do corpo feminino, hipersexualização e inteligência artificial.
Em 2024, BU! Chega em Portugal. Com a Difusão Europa feita pelo Teatro Viriato, de Viseo, a boneca atravessa o oceano e ganha novos horizontes, fazendo uma circulação pela Europa.
A BU! é uma forma irônica de materializar os desejos do patriarcado e do
mundo capitalista em uma boneca que são várias em uma só. Uma boneca que nasceu
para realizar os seus sonhos: “Tudo que você quer, ela pode!” Ela só faz o que você quer e ainda pergunta: “Assim tá bom?”
É performance, dança e teatro. É exposição.
A peça BU! acontece dentro de uma instalação com projeções e vídeos. Quando não há sessões do espetáculo, esse mesmo espaço cênico se transforma em uma exposição digital e interativa com a disponibilidade também de QR Codes e realidade aumentada. São atrações independentes que se completam.
O espetáculo:
O espetáculo transporta o público para uma fábrica de bonecas sexuais com
inteligência artificial. BU! será lançada e apresentada por um de seus criadores, que mostrará as suas novas funcionalidades e os motivos dela ser
considerada o relacionamento perfeito para o século 21: ela não reclama, não tem
sentimentos, não tem vírus, não engravida, não tem TPM, possui todos os buracos, sua bateria dura 48 horas… Ela é isenta de defeitos! É nesse contexto que a personagem-título se vale do humor e da ironia para refletir sobre os arquétipos femininos da “beleza de boneca” e sobre a objetificação do corpo feminino. No ponto mais sensível da peça, BU! divide com o público algumas histórias de abuso sexual que mesclam ficção e realidade: a mulher conservadora que culpa a vítima por ter sido estuprada; a menina de 8 anos molestada na padaria; Adão e Eva e sua ideia de que a mulher veio da costela de um homem.
A exposição:
O espaço cênico onde acontece a peça teatral se transforma em uma exposição digital interativa, que traz a boneca BU! em videoartes, vídeo-manifesto, projeções e realidade aumentada para explorar de diferentes formas os temas centrais do projeto. Há também diversos QR Codes espalhados pelo cenário que direcionam o espectador para conteúdos exclusivos deste site como fotos, videoartes, obras digitais. Lembrando que a atmosfera de interatividade já se faz presente na entrada do espaço cultural, onde há painéis que transmitem o comercial de lançamento da boneca BU! e totens com vídeos-manifesto sobre padrão de beleza, prazer feminino e a dependência das telas, assunto que traz a seguinte provocação: até que ponto elas influenciam em seus desejos?
Intervenção urbana:
“BU! É uma peça-instalação que criei para me curar de todos os abusos que eu sofri ao longo da vida e que não tive coragem de revelar por ficar paralisada diante deles e também por me sentir culpada. Abusos que começaram ainda quando criança, aos oito anos de idade”.
Vanessa Garcia.
Para Mais Informações:
Vanessa Garcia
Garciavanessa28@Gmail.Com